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A verdade e a realidade

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A verdade, o verdadeiro sentido das coisas, o que é real e o que é apenas ilusão, como saber? O ser humano desde os tempos mais primórdios sempre foi capaz de criar coisas novas, viajar do micro ao macro mundo rapidamente, formular milhões de teorias, e quando faz o bom uso de sua razão, chegar a conclusões muito boas, porém como saber se são reais? 

O que é real? Será que realmente existimos ou apenas vivemos? Até as mentes mais sãs podem se enganar quanto as coisas, o ser humano em si é um paradoxo ambulante, então como provar as coisas do mundo, e como as modificar?  

Podemos ter a nossa frente um espelho, por exemplo, e nele somos capaz de nos vermos, e como o reflexo não é algo real, não tem como o mudarmos, porém se modificamos o individuo que está de frente para esse espelho, o reflexo será completamente diferente, mostrando que até as coisas que parecem imutáveis podem ser desbancadas. Mas como chegar a uma boa teoria para comprovar isso? 

A mente humana é um lugar fantástico, e não se sabe ao certo de onde vem as ideias originais, as raízes do pensamento, só sabemos que elas são criadas por muitos e muitos estímulos cerebrais, e os sentidos interligados a isso, nos dão a impressão de fazer parecer mais fácil fundamentar uma verdade, mas muita vezes eles nos enganam, e então passamos a sempre duvidar, mas isso não significa que não devemos mais confiar neles, pois a aparência parece válida, até que se prove ao contrário com as experiências.   

Imagine que você tenha crescido dentro de uma caverna, você passou a sua vida toda acorrentado sem conhecer o mundo, e tudo que vê a sua frente é uma parede que nela aparecem sombras de seres humanos iguais a você, mas você não os vê, então você obviamente desconhece o que seriam essas "formas", e a sua imaginação pode te fazer acreditar em muitas hipóteses diferentes, mas como você nunca saiu de lá, nunca viu o que é o mundo, não pode chegar a desvendar por completo. Essa é o que chamamos da Alegoria da Caverna que Platão formulou, e pode ser usado muito bem como exemplo, já que sem você conhecer outras verdades, acabaria fundamentando suas teorias em um método indutivo.

Para chegar a uma verdade podemos usar os sentidos, porém com eles chegamos a verdades aproximadas muitas das vezes, já que nem sempre os sentidos condizem com a realidade. Por isso que na filosofia e em tantas outras áreas as pessoas acabam optando pelo uso das ideias, pela razão e com isso a busca de verdades.
Descartes fundamentando sua lógica, optou em por em dúvida praticamente tudo, até que chegasse a encontrar uma verdade, e eis que concluiu que ao questionar algo e ao duvidar de sua própria existência, ele estaria existindo; ele pensa, ele duvida, então ele está existindo, "penso, logo, existo."     

Chegar a uma verdade não é fácil, e saber se estamos fundamentando essa verdade dentro de uma perspectiva "de dentro da caverna" ou de fora dela é ainda mais difícil, porém se fizermos talvez o bom uso de nossa razão quem sabe seja um passo a mais para conseguir chegar até ela. O problema é que inevitavelmente usaremos mesmo sem perceber, de nossas experiências próprias, e muita das vezes cairíamos novamente em um método indutivo.


    

2 comentários:

  1. Gostei do texto, é bem sacado colocar Platão e Descartes no mesmo texto, aliás, é até um risco sob determinado ponto de vista, mas um atrevimento não mata ninguém, né? kk
    Poste mais um tema, quero lê-lo.
    E concluo dizendo que não há verdade alguma, particularmente dizendo. kkk

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  2. Mas que não há verdade alguma não seria uma verdade?

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